A cada dia que passa percebemos que o mundo moderno está se transformando em um espaço de contradições. Acreditávamos que o século XXI seria um século de evolução em que homem emancipado e movido por uma razão menos instrumental pudesse alcançar lugares novos capaz de plenificar todos para uma humanização sadia e realizável.
Porém, quando paramos para analisar temos um homem movido por paixões, e não só por paixões, mas as piores paixões. Intolerância, instrumentalização da religião, legitimação da corrupção, alienação de sua própria condição, inversão de valores, destruição da esperança e uma apatia quanto a luta e a conquista de novos direitos.
A intolerância revela que apesar de estarmos cercados de informações, recursos tecnológicos, não fomos capazes de absorver um valor fundamental para a vida em sociedade: o respeito. E olha que a intolerância está partindo de lugares e pessoas que possui em sua mão o poder. São lideres religiosos, políticos da esfera federal, pessoas que formam opinião que antes de abrir a boca deveria pensar.
A religião quase sempre foi utilizada como forma de legitimar a dominação de quem está no poder, as religiões quase sempre se aliaram ao poder para levar a cabo a sua proposta originária. Porém quando a religião se alia a um poder corrupto, quando uma religião se omite diante das mortes de tantos jovens, da injustiça social, da tragédia anunciada diante da não reforma agrária, quando a religião se omite diante da morte, a religião nega a sua vocação a ser um sinal da amorosidade de Deus pela humanidade.
A Legitimação da corrupção nos dias atuais é favorecido não só pelo povo que erroneamente vota em pessoas que não deveria ocupar cargos públicos, mas por instituições da república que deveria guardar e defender as leis e isto não a fazem. A compreensão de REPÚBLICA, DEMOCRACIA, ESTADO nunca foi tão usurpado e erroneamente utilizado como nos dias atuais.
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Quirino do Rosario Santos
Filósofo
Professor do CES
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