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quarta-feira, 10 de abril de 2013

5ª SEMANA SOCIAL BRASILEIRA


BRASIL!!    UM ESTADO PARA QUE E PARA QUEM?  ( TEXTO I - CONCEITOS)

0 ESTADO

Conjunto organizado das instituições políticas, jurídicas, policiais, administrativas, econômicas etc., sob um governo autônomo e ocupando um território próprio e independente. E diferente de governar (conjunto das pessoas às quais a sociedade civil delega, direta ou indiretamente, o poder de dirigir o Estado); diferente ainda da sociedade civil (conjunto dos homens ou cidadãos vivendo numa certa sociedade e sob leis comuns); diferente também da nação (conjunto dos homens que possuem um passado e um futuro comuns, entre outras nações), o Estado constitui a emanação da sociedade civil e representa a nação.

(JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor. 2001)

 REPÚBLICA: 

 Na moderna tipologia das formas de Estado, o termo  República  se  contrapõe  à  monarquia. Nesta, o chefe  do  Estado  tem  acesso  ao supremo  poder  por  direito  hereditário;  naquela,  o chefe do Estado, que pode ser uma só pessoa ou um colégio de várias pessoas  (Suíça), é eleito pelo povo, quer direta, quer indiretamente (através de assembleias primárias ou  assembleias  representativas). Contudo, o significado do  termo  República  evolve  e  muda profundamente  com  o  tempo  (a  censura  ocorre  na época  da  revolução  democrática),  adquirindo conotações diversas, conforme o contexto conceptual em que se insere.
Como res publica os romanos definiram a nova forma de organização do poder  após  a  exclusão dos  reis. É uma palavra nova para  exprimir  um  conceito  que  corresponde,  na cultura  grega,  a  uma  das muitas  acepções  do  termo politeia, acepção que se afasta totalmente da antiga e tradicional  tipologia  das  formas  de  Governo.  Com efeito, res publica quer pôr em relevo a coisa pública, a coisa  do  povo,  o  bem  comum,  a  comunidade, enquanto  que,  quem  fala  de monarquia,  aristocracia, democracia,  realça  o  princípio  do  Governo  (archia).

(BOBBIO, Norberto. Dicionário de política.  Brasília, Unb, 1998)

DEMOCRACIA:

I.  NA  TEORIA  DA  DEMOCRACIA  CONFLUEM  TRÊS TRADIÇÕES HISTÓRICAS. — Na teoria contemporânea da Democracia  confluem  três  grandes  tradições  do pensamento  político:  a)  a  teoria  clássica,  divulgada como  teoria  aristotélica,  das  três  formas  de Governo, segundo a qual a Democracia, como Governo do povo, de  todos  os  cidadãos,  ou  seja,  de  todos  aqueles  que gozam  dos  direitos  de  cidadania,  se  distingue  da monarquia, como Governo de um só, e da aristocracia, como  Governo  de  poucos;  b)  a  teoria  medieval,  de origem  "romana,  apoiada  na  soberania  popular,  na base  da  qual  há  a  contraposição  de  uma  concepção ascendente a uma concepção descendente da soberania conforme o poder  supremo deriva do povo  e  se  torna representativo ou deriva do príncipe e se transmite por delegação  do  superior  para  o  inferior;  c)  a  teoria moderna,  conhecida  como  teoria  de  Maquiavel, nascida com o Estado moderno na  forma das grandes monarquias,  segundo  a  qual  as  formas  históricas  de Governo  são  essencialmente  duas:  a  monarquia  e  a república, e a antiga Democracia nada mais é que uma forma de  república  (a outra  é  a  aristocracia), onde  se origina o  intercâmbio  característico  do  período  pré-revolucionário  entre  ideais  democráticos  e  ideais republicanos  e  o  Governo  genuinamente  popular  é chamado,  em  vez  de  Democracia,  de  república.  O problema  da Democracia,  das  suas  características,  de sua  importância  ou  desimportância  é,  como  se  vê, antigo. Tão antigo quanto a reflexão sobre as coisas da política, tendo sido reproposto e reformulado em todas as  épocas.  De  tal  maneira  isto  é  verdade,  que  um exame do debate contemporâneo em torno do conceito e do valor da Democracia não pode prescindir de uma referência, ainda que rápida, à tradição.

(BOBBIO, Norberto. Dicionário de política.  Brasília, Unb, 1998)

Quirino do R Santos
Filósofo
Professor do CES


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