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terça-feira, 23 de maio de 2023

 

FILOSOFIA /3º ANO/ CEPNB/23/II UNIDADE/

Prof. Quirino

EIXO DA UNIDADE: A POLÍTICA NOSSA DE CADA DIA

 TEMA: SOBRE A DESCRENÇA NA POLÍTICA

 

1.       INTRODUÇÃO

Você acredita na política? Você se vê como político? Sim, por que? Não por que?

2.       DESENVOLVIMENTO

Quirino do R Santos

 

Ao abordar o tema política, gostaria de esclarecer que abordaremos política no sentido etimológico da palavra, no sentido grego e também política a partir da compreensão popular. A primeira pergunta que nos vem à mente é: o que é política? E automaticamente associamos ao mandato eletivo de algum candidato, à alguma função na sociedade a partir da política partidária. Poucas pessoas associam política a sua vida, ao seu dia a dia.

Qual é o problema para compreendermos a política? É epistemológico? Confesso que sou cético no que tange a segunda pergunta. Ao abordar o conceito de política queremos aprofundar o conceito de engajamento, que na filosofia de J. P. Sartre é de extrema importância e nos introduz de forma concreta nossa condição de ser um político. 

Este artigo em sentido estrito está longe de esgotar uma discussão sobre o tema. Mas, iniciar uma provocação. Segundo Aristóteles, “que o homem é um animal político em um grau muito mais elevado que as abelhas e os outros animais que vive reunidos é evidente”.  

Então, ser político é natural pra nossa condição homo sapiens sapiens. Quando alguém em sã consciência diz que não acredita na política talvez esteja questionando o modelo político no nosso país. Daí surge a outra discussão o que é reforma política. E a política tem lógica? Qual é a relação entre verdade factual e teórica na política? Todo político é necessariamente um mentiroso? A república no Brasil se esgotou? Porque o político no seu processo de gestão do mandato se distancia do povo? Porque ele passa a defender a máquina estatal em vez das pessoas?

As perguntas não estão aqui apenas para serem respondidas, mas para servirem com combustível para o pensar. Então a política precisa ser apropriada, dominada, e o político tem que ser visto como um empregado do povo, uma vez que o seu poder é do povo que emana.

Segundo Maquiavel, “a prática do político no governo deve ser diferente da prática individual uma vez que ele deve centrar se nos melhores meios para conquistar e manter se no poder, tendo sempre como foco a paz.”  A normatividade dos comportamentos individuais deve ser distinta do público, pois são práticas com objetivos diferenciados.

Todas as vezes que o povo não se vê nos seus representantes, algo de errado está acontecendo ou já aconteceu. E aqui nós chegamos em um ponto crucial da nossa república que é: aqueles que detém o poder não são meus representantes, então eles representam o que? Para o mau político é um deleite um povo alienado, que desconhece seus diretos e deveres.

Não importa o político que coloco no poder. Quanto mais alienado é o povo mais político corrupto são eleitos e a destruição da república é clara. Quem destrói a república? Podemos perceber que as quatro instâncias do poder, o executivo, o legislativo, o judiciário e o povo destroem a república em sua prática.

O povo de forma indireta quando elege político descomprometido, corrupto, com um currículo banhado em podridão; o legislativo quando não representa este povo e vê se como legislador das grandes corporações, das oligarquias deste país e do interesse de um pequeno grupo de empresário que acha que pode determinar onde e quando o governo deve investir.  

Todas as vezes que o executivo compactua com ministro, secretários, diretores e outros cargos em comissão corruptos revela que a república já chegou ao fim e povo está entregue ao seu próprio destino. A república só existe se vemos a justiça acontecer para todos os povos. Uma vez que res pública é extensão pública da vida privada. Então quando o judiciário se corrompe através de seus magistrados é impossível acreditar na proposta da política.

O político e a política

Segundo Norberto Bobbio, “o significado clássico e moderno de política. — Derivado do adjetivo originado de pólis (politikós), que significa tudo o que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social” ...

Apesar do conceito de política e político estarem inseparáveis como podemos definir o fim da política?  Sobre isto citamos Bobbio: 

 “Uma vez identificado o elemento específico da Política no meio de que se serve, caem as definições teleológicas tradicionais que tentam definir a Política pelo fim ou fins que ela persegue. A respeito do fim da Política, a única coisa que se pode dizer é que, se o poder político, justamente em virtude do monopólio da força, constitui o poder supremo num determinado grupo social, os fins que se pretende alcançar pela ação dos políticos são aqueles que, em cada situação, são considerados prioritários para o grupo (ou para a classe nele dominante): em épocas de lutas sociais e civis, por exemplo, será a unidade do Estado, a concórdia, a paz, a ordem pública, etc; em tempos de paz interna e externa, será o bem-estar, a prosperidade ou a potência; em tempos de opressão por parte de um Governo despótico, será a conquista dos direitos civis e políticos; em tempos de dependência de uma potência estrangeira, a independência nacional. Isto quer dizer que a Política não tem fins perpetuamente estabelecidos, e muito menos um fim que os compreenda a todos e que possa ser considerado como o seu verdadeiro fim: os fins da Política são tantos quantas são as metas que um grupo organizado se propõe, de acordo com os tempos e circunstâncias”.

Não existe um fim específico e universal para a política, a política deve atender as necessidades de seu povo, o político não possui um caminho definido, cerrado em si próprio, mas sempre aberto a situação que a sociedade convocar a mudança. 

Como vimos em Aristóteles a política é uma atividade que é exercida com excelência por nós humanos, porém a saturação do conceito está levando o ser humano a apatia, ao isolamento e pouco a pouco beiramos a uma sociedade onde a lei que prevalece é a lei de uma sociedade regida por interesses individuais.

Assim fala ABBAGNANO sobre política: “Com esse nome foram designadas várias coisas, mais precisamente: 1ª   doutrina do direito e da moral; 2ª teoria do Estado: 3ª arte ou a ciência do governo; 4ªo estudo dos comportamentos intersubjetivos”.

Quando o político defende a máquina estatal

Um dos principais motivos para uma descrença na política se deve evidente a corrupção, mas também ao fato do político esquecer de porque ele foi eleito. A eleição de um candidato quando o povo não se vendeu está relacionada a esperança de um novo tempo, na educação, saúde, e outras áreas. 

Sempre que converso com um político pós eleição ele defende tudo menos o povo que passa a ser para ele, depois de eleito, um problema a ser evitado. A blindagem que a máquina oferece ao político é a mesma blindagem que mata a república. O povo sabe que vai colocar aquele candidato no poder, mas a sua frustração é certa. 

O secretário defende o prefeito e aqueles que forma parte de um círculo administrativo. A máquina estatal massacra as pessoas com o seu excesso de poder exercido por seus leais súditos.

Poder e a máquina estatal

Em seu significado mais geral, a palavra Poder designa a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais (como na expressão Poder calorífico, Poder de absorção). Se o entendermos em sentido especificamente social, ou seja, na sua relação com a vida do homem em sociedade, o Poder torna-se mais preciso, e seu espaço conceptual pode ir desde a capacidade geral de agir, até à capacidade do homem em determinar o comportamento do homem: Poder do homem sobre o homem. O homem é não só o sujeito, mas também o objeto do Poder social. E Poder social a capacidade que um pai tem para dar ordens a seus filhos ou a capacidade de um Governo de dar ordens aos cidadãos. Por outro lado, não é Poder social a capacidade de controle que o homem tem sobre a natureza nem a utilização que faz dos recursos naturais”. Bobbio

O bem comum e a República. 

Todas as vezes que pensamos em bem comum temos que conceber a ideia de uma sociedade onde os indivíduos através de contrato se organizam. Não existe bem comum sem um pacto, sobre o qual se define o que é bem comum e como este bem comum deve ser usado. Só podemos eleger bem comum na res pública. A eleição do bem comum deve priorizar a ação de quem exerce o poder.

Neste sentido podemos entender que: 

“Na moderna tipologia das formas de Estado, o termo República se contrapõe à monarquia. Nesta, o chefe do Estado tem acesso ao supremo poder por direito hereditário; naquela, o chefe do Estado, que pode ser uma só pessoa ou um colégio de várias pessoas (Suíça), é eleito pelo povo, quer direta, quer indiretamente (através de assembleias primárias ou assembleias representativas). Contudo, o significado do termo República evolve e muda profundamente com o tempo (a censura ocorre na época da revolução democrática), adquirindo conotações diversas, conforme o contexto conceptual em que se insere”.  BOBBIO

O conceito de res pública deve ser compreendido para uma melhor escolhermos aqueles que irão ocupar algum cargo de representatividade.

  “Com res publica os romanos definiram a nova forma de organização do poder após a exclusão dos reis. É uma palavra nova para exprimir um conceito que corresponde, na cultura grega, a uma das muitas acepções do termo politeia, acepção que se afasta totalmente da antiga e tradicional tipologia das formas de Governo. Com efeito, res publica quer pôr em relevo a coisa pública, a coisa do povo, o bem comum, a comunidade, enquanto que, quem fala de monarquia, aristocracia, democracia, realça o princípio do Governo (archia). Foi Cícero sobretudo quem definiu conceptualmente o significado de res publica, ao demonstrar que por povo se há de entender "non omnis hominum coetus quoquo modo congregatus, sed coetus moltitudinis iuris consensu et utilitatis communione sociatus" (De Republica, I, 25)”. BOBBIO

3.       CONTEXTUALIZAÇÃO

 

4. ATIVIDADES

Produzir uma dissertação.

MORA, José FerraterDicionário de Filosofia. Lisboa, Dom Quixote: 1978.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 22 de maio de 2023

A POLÍTICA

FILOSOFIA /3º ANO/ CEPNB/23/II UNIDADE01
Prof. Quirino 

1. INTRODUÇÃO 

 Pesquisar: O parafuso. Cláudio Tozzi. Qual o sentido político desta obra? Você saberia interpretá-la? 

 2. DESENVOLVIMENTO 

 A filosofia politica Na conversa diária, usamos a palavra política em vários sentidos. Por exemplo, para alguém muito intransigente aconselhamos ser “mais político”; nos referimos também à “política” da empresa, da escola ou da Igreja, como expressões da estrutura de poder interno. 
 Há também um sentido pejorativo de política, quando pessoas desencantadas, devido às denúncias de corrupção e violência, associam indevidamente política à “politicagem'. falsa política em que predominam os interesses particulares sobre os coletivos. Afinal, de que trata a política? A política é a arte de governar, de gerir o destino da cidade. 
Explicar em que consiste a política é outro problema, pois, se acompanharmos o movimento da história, veremos que essa definição toma nuanças as mais diferentes conforme a época, assim como variam as expectativas a respeito de como deve ser a ação do político.

Etimologia: Política. Do grego pólis, “cidade”. 

3. CONTEXTUALIZAÇÃO

Toda decisão política deve estar relacionada diretamente com a sociedade e seu tempo. 

 Bruno Reis detalha cenário da possível greve dos rodoviários e pontua crise do transporte público 
O relato do prefeito Bruno Reis aconteceu durante a divulgação das atrações artísticas para a festa do 2 de Julho 

Uma greve dos rodoviários está prevista para acontecer na próxima quinta-feira (25), em Salvador, após impasses nas negociações entre a classe e o empresariado. No entanto, há quem tenha esperança da paralisação geral não acontecer.

É o caso do prefeito Bruno Reis (União Brasil), que demonstrou estar esperançoso, em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (22). “Ainda temos até quinta-feira [24 de maio]. Hoje [segunda-feira], terei uma conversa com o sindicato e o patronal. Há um pequeno dissenso entre as propostas de um e de outro, e espero que ambos possam ceder, entendam a gravidade e dificuldade que vive o transporte público no Brasil, e possam chegar a um acordo que evite a greve, que conforme o edital sinaliza para quinta-feira.

Mas ainda tem segunda, terça e quarta para que possa, através de muito diálogo, chegar ao acordo, se não caberá a justiça do trabalho definir qual é o reajuste que a categoria tem direito”, analisou o gestor da capital baiana. Questionado sobre a ajuda do Governo Federal sobre a liberação das emendas para o departamento do transporte público, Bruno Reis mencionou que a proposta da gestão para está em fase de finalização. Ele antecipou que cerca de R$ 3 bilhões estão estimados para subsidiar o setor. 

“Nós já conseguimos definir uma proposta que teve contribuição e participação dos prefeitos, ela está sendo finalizada a partir dos ajustes que nós sugerimos. À medida que essa proposta for finalizada, aí sim que a gente espera a decisão política do governo para viabilizar os recursos. 
Estão estimados R$ 3 bilhões para subsidiar o transporte público através do benefício ao cidadão, que está sem renda, que não utiliza o transporte público. É uma forma de trazer mais receita, mais passageiro, para o sistema e, nisso, ajudar a superar essa crise que vive o transporte público em todo o Brasil”, detalha. 

Daniel Serrano
Repórter de política formado pelo Unisba. Tem passagens pela TV da Câmara Municipal de Salvador e pelos sites Varela Notícias, Radar da Bahia e Política Ao Vivo. Experiência por outras editorias de esporte e cidade. 
https://www.bnews.com.br/autor/daniel-serrano/ 22/05/2023.

4. ATIVIDADE

 Produzir uma dissertação. 

ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofando: Introdução a filosofia. São Paulo, Moderna, 4ª edição, 2009.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. Lisboa, Dom Quixote: 1978.