HOMO RELIGIOSUS
O que é a religião? Qual é função
da religião na sociedade atual? Será a religião um manto sagrado sobre a qual
todos nós buscamos abrigo? Ou como podemos observar nos escrito sagrado de
todas as religiões aquele quem não pronunciamos o nome presenteou a humanidade
com um dossel? O primeiro aspecto que podemos observar é que a religião nasce
da carência humana de preencher a brecha existencial que cada um carrega em si.
Como podemos definir religião?
Durante séculos a religião se tornou objeto de estudo. Não nos deteremos aqui
em um grupo especificamente, mas abordaremos de forma geral o aspecto religioso
do homem. Segundo Durkheim, religião é uma instituição dotada de ritual e
doutrina, onde se distingue o sagrado do profano e onde existe a igreja como unidade
social integradora e integrante. Outros teóricos definirão religião como
fenômeno, Mauss, define religião como um produto de concentração social e se
mantem as custas do gregarismo periódico.
Para Mircea Eliade o sentimento
de sacralidade presente no homem do passado permanece ainda hoje. Daí o
conceito do homem como um Homo Religiosus. Há um sentimento de sagrado no
humano que permeia a sua existência. Mesmo os profanos carregam dentro de si
uma fé quase que inquestionável. O homem cria para si locais sagrados e
cria realidades paralelas a esta realidade em que existimos de forma
que o mesmo homem que é um santo no local delimitado como sagrado é um
profano fora.
A religião aparece para o homem
como um lugar, um espaço e um tempo capaz de conferir sentido a sua vazia
existência. A criação do sistema de crença é fundamental para a manutenção da
religião. Porém, o sistema de crença é algo irracional? Desprovido de uma
metodologia? Se assim o fosse não existiria uma religião. A religião deve
ser concebida como uma obra de arte, uma das mais bem elaboradas pela
humanidade e extremamente racional.
O desafio é o sujeito de fé criar
a religião. O início de século XXI está marcado pela secularização da sociedade
ocidental e pela tentativa de sobrevivência de grupos religiosos que há século
tinha em suas mãos a hegemonia da crença. A religião deve ser proselitista? Ou
sua função é acolher o crente em seu seio. O humano que busca o sagrado é
o humano em busca de uma identidade sacra.
Assim se a religião é proselitista,
coercitiva, agarrada em suas próprias estruturas, e inibe o crente de viver sua
fé de forma espontânea esta religião nega a razão de sua própria existência.
Não é a religião que faz o homem, mas o homem é quem constrói, faz a religião.
Quirino
do R Santos
Filósofo
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