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sábado, 27 de abril de 2013



HOMO RELIGIOSUS

O que é a religião? Qual é função da religião na sociedade atual? Será a religião um manto sagrado sobre a qual todos nós buscamos abrigo? Ou como podemos observar nos escrito sagrado de todas as religiões aquele quem não pronunciamos o nome presenteou a humanidade com um dossel? O primeiro aspecto que podemos observar é que a religião nasce da carência humana de preencher a brecha existencial que cada um carrega em si.

Como podemos definir religião? Durante séculos a religião se tornou objeto de estudo. Não nos deteremos aqui em um grupo especificamente, mas abordaremos de forma geral o aspecto religioso do homem. Segundo Durkheim, religião é uma instituição dotada de ritual e doutrina, onde se distingue o sagrado do profano e onde existe a igreja como unidade social integradora e integrante. Outros teóricos definirão religião como fenômeno, Mauss, define religião como um produto de concentração social e se mantem as custas do gregarismo periódico.

Para Mircea Eliade o sentimento de sacralidade presente no homem do passado permanece ainda hoje. Daí o conceito do homem como um Homo Religiosus. Há um sentimento de sagrado no humano que permeia a sua existência. Mesmo os profanos carregam dentro de si uma fé quase que inquestionável. O homem cria para si locais sagrados e cria realidades paralelas a esta realidade em que existimos de forma  que o mesmo homem que é um santo no local delimitado como sagrado é um profano fora.

A religião aparece para o homem como um lugar, um espaço e um tempo capaz de conferir sentido a sua vazia existência. A criação do sistema de crença é fundamental para a manutenção da religião. Porém, o sistema de crença é algo irracional? Desprovido de uma metodologia?  Se assim o fosse não existiria uma religião. A religião deve ser concebida como uma obra de arte, uma das mais bem elaboradas pela humanidade e extremamente racional.

O desafio é o sujeito de fé criar a religião. O início de século XXI está marcado pela secularização da sociedade ocidental e pela tentativa de sobrevivência de grupos religiosos que há século tinha em suas mãos a hegemonia da crença. A religião deve ser proselitista? Ou sua função é acolher o crente em seu seio.  O humano que busca o sagrado é o humano em busca de uma identidade sacra.

Assim se a religião é proselitista, coercitiva, agarrada em suas próprias estruturas, e inibe o crente de viver sua fé de forma espontânea esta religião nega a razão de sua própria existência. Não é a religião que faz o homem, mas o homem é quem constrói, faz a religião.

 Quirino do R  Santos
Filósofo

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