Ainda
lembro o cheiro do milho na brasa, do calor do fogão a lenha e da canjica que
minha mãe faz que para mim é a melhor canjica do mundo. Lembro do meu pai indo
ao mato para cortar um galho de maunzê para fazermos a árvore de São João. Esta
árvore era um símbolo de fé. A chuva fina caindo, um frio nordestino e um
vontade de mergulhar embaixo de uma coberta. Lembro do cheiro do milho cozido. Do
mungunzá que minha mãe pilava no pilão, com um esforço tremendo, pilão que
fizemos juntos em um pedaço de arvore velha caída.
Lembro do bolo de milho. Lembro da
pamonha doce e de sal. Lembro do estalar dos primeiros pedaços de lenha sendo
aceso e lembro do meu pai dizendo, “Não mexe no fogo para não se queimar”. E
com caixas de cobrinhas, bombinhas alguns amigos chegava com um pacote de Bombril
para espetarmos em uma vara e girarmos até aquelas faíscas acabassem todas.
Lembro da batata assada na brasa.
Lembro dos vizinhos chegando e dizendo vim só passar, pois vou na fogueira de
fulano de tal, e todos íamos fazendo este encontro e este desencontro no dia da
festa de São Joao. Lembro dos vizinhos falando dos “crentes” que não fazia fogueira,
porque eles diziam que celebrávamos a morte de São João. E os mais velho
dizendo que era o fim dos tempos.
Lembro da hora que íamos dormir,
com um sensação de dever cumprido. De festa realizada. Lembro que a festa de
São Joao marcava o fim da colheita de feijão. No outro dia para nós crianças
era alegria de não ter que ir para a roça colher feijão, para a família uma oportunidade
de ter um dinheirinho para com algum bem.
Cara, essa história parece com a minha fiquei ate lembrando aqui 😥😥 O Tempo Bom!!
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